quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O inventor do Avião

9 de Outubro de 1890 é o dia em que pela primeira vez um “mais pesado do que o ar” levanta voo num campo em França, graças ao génio do seu inventor, Clement Ader. Mas, não foram os irmãos Wright que em 1905 inventaram o avião? Na verdade, foi Ader que criou a palavra “avião” e que realizou o primeiro voo, de cerca de 50 metros com o Éole.

Clement Ader era um engenheiro eléctrico francês nascido no século XIX que, após trabalhar e melhorar as primitivas telecomunicações e ter inventado o teatrofone em 1881, decidiu enveredar pela construção de um avião. Foi assim que surgiu em 1886 o Éole: um avião com um aspecto de asas de morcego e que era propulsionado por um motor a vapor. Com uma hélice de quatro pás e um peso de 300kg, em Outubro de 1890 pede a um amigo aristocrata para lhe emprestar um terreno para realizar os primeiros voos da sua criação. Tendo anunciado que iria voar pelos arredores de Paris, o voo de apenas 50 metros foi visto pelo próprio como um fracasso, não tomando consciência do feito que acabara de realizar. Após o primeiro voo, criou o Éole II (que nunca chegaria a voar) e finalmente o Éole III em 1897 a pedido do exército francês, mas que pelo seu excessivo peso não chegou a descolar.

Esquecido por todos, Ader também inventaria um carro que, ao invés de rodas utilizaria lagartas (como as dos modernos tanques de guerra) para melhor deslocação nas dunas africanas, mas seu descrédito nas altas instâncias levou a que essa ideia não fosse desenvolvida. Seu livro de 1909 L'Aviation Militaire foi o percursor da aviação militar moderna. Mas para a história, os irmãos Wright é que surgem como os inventores do avião.

Se isto fosse verdade…

O Campeão sem Título

É o Campeão do Mundo de Fórmula 1 e um piloto muito rápido. Manuel Gião conseguiu triunfar nas categorias menores até chegar ao patamar mais alto do desporto automóvel. Mas, este é o perfil de Fernando Alonzo! Então em que situação é que os nomes de Alonzo e do piloto português Manuel Gião se cruzam?

Em 1999, estes dois pilotos disputaram o Campeonato da Europa de Fórmula Nissan, cuja organização estava ao cargo do Real Automóvel Clube da Catalunha e tinha como prémio final um teste com um Minardi de Fórmula 1. Na entrada para a última corrida, Gião liderava o campeonato com 154 pontos, seguido de Alonzo com 141. Durante a corrida, numa situação que a corrida tinha uma secção condicionada por bandeiras amarelas e que proibia as ultrapassagens, Alonzo ultrapassa Gião, assumindo o primeiro lugar na corrida. No final da corrida, Gião protestou o facto de Alonzo ter feito uma ultrapassagem ilegal, e até apresentou o testemunho de Tomas Scheckter que vinha atrás e presenciou o acontecimento. Tendo-lhe sido recusado sequer apresentar o seu protesto, o campeonato organizado por uma entidade espanhola conseguiu apresentar um campeão espanhol. É que na semana anterior a esta última corrida, Alonzo já tinha estado na fábrica da Minardi em Faenza para fazer o molde do banco e conhecer os engenheiros da equipa.

Após a derrota em 1999, Gião viria a sagrar-se campeão italiano de Superfórmula, vice-campeão de Espanha e Ibérico de GT e vice-campeão de Espanha de Fórmula 3, juntando aos títulos de Campeão português de Fórmula Ford e Vencedor da Taça da Nações de Fórmula Opel-Lotus (com Pedro Couceiro) que já tinha conquistado anteriormente. Quanto ao sonho de tripular um Fórmula 1 pago pela Telefónica, esfumou-se…

Se isto fosse verdade…

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Programa Bárbaro

Antigo ministro da Cultura e candidato derrotado à Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Maria Carrilho é um homem muito complexo. Intitula-se como um poço de cultura, e até acima dos restantes mortais, mas também é um poço de vulgaridades, ainda para mais para alguém que recebeu uma boa colocação em Paris…

Neste caso concreto, Carrilho concedeu a Bárbara Guimarães (na altura apenas uma amiga), durante o ano de 1998 e a maior parte de 1999, um subsídio através do Fundo de Fomento Cultural (entidade tutelada pelo seu Ministério da Cultura) para que apresentasse um programa diário de 5 minutos na rádio Antena 1 intitulado Culto. Esse subsídio atingia, após deduções fiscais, os 850 contos mensais e que foram atribuídos ao longo de 21 meses que Bárbara Guimarães apresentou o programa. No total foram pagos, ganhando pela média dos 8500$00 por minuto, cerca de 19 mil contos de “dote” para aquela que seria a sua futura esposa…

No final de 2007 Carrilho será colocado em Paris como representante da missão permanente de Portugal junto da UNESCO, dando asas à sua vertente cultural. De notar que outro degredado socialista, Ferro Rodrigues, já tinha sido nomeado pelo Governo de José Sócrates para representante português na OCDE, também em Paris… C’est la vie…

Se isto fosse verdade…

Futebol - Novembro de 1990

Novembro de 1990. Tudo aconteceu num Penafiel-Belenenses envolvendo o árbitro Francisco Silva, mas nos registos está escrito que quem apitou foi Fortunato Azevedo. Rebentou o escândalo do Penafielgate, em que tudo sucedeu nos balneários antes do jogo com um cheque de 2000 contos e que teve pesadas consequências para Francisco Silva.

Uma combinação entre Manuel Rocha (presidente do Penafiel), Lourenço Pinto (presidente do Conselho de Arbitragem) e o árbitro Francisco Silva resultou num cheque passado no valor de 2000 contos. Mais tarde, através de uma gravação telefónica entre os intervenientes, ficou-se a saber que eram 1500 contos relativos ao jogo com o Belenenses e os restantes 500 contos relativos aos jogos de outros clubes apitados por esse árbitro e onde o Penafiel tinha interesses. Contudo, nos balneários de Penafiel, após receber o cheque, Francisco Silva escusou-se apitar dizendo que estava doente. “Ó Chico, eu bem te avisei... ó Chico, o que tu foste fazer!” clamava Lourenço Pinto em conversa telefónica com o árbitro. Com o cheque e as escutas telefónicas como prova, os três intervenientes iriam sofrer a pesada mão da justiça.

E resultou na irradiação de Francisco Silva do futebol! Estavam à espera de mais? Só em Portugal é que o corrompido é castigado, mas nunca o corruptor: Manuel Rocha “retirou-se” do clube e Lourenço Pinto passou a pasta do Conselho de Arbitragem. E, já agora, este Lourenço Pinto que participou no suborno do árbitro, é o mesmo que é advogado do Pinto da Costa no caso Apito Dourado! Curioso…


Se isto fosse verdade…


quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Reichskonkordat

Quando surge em cena o novo Papa, Bento XVI, surgem também alegações acerca do seu passado. O que há de mais óbvio para um jovem germânico do que pertencer à Juventude Hitleriana? Naquela época era normal os jovens serem levados para esses núcleos, e parece que o jovem Ratzinger também por lá passou, com mais ou menos fervor. Mas o que dizer dos adultos?

Em 20 de Julho de 1933 foi assinado o Reichskonkordat por Franz von Papen (vice-chanceler alemão) em nome do Governo alemão, e por Eugenio Cardinal Pacelli (Secretário de Estado do Vaticano e futuro Papa Pio XII) em representação da Santa Sé. Se para a Igreja Católica era um meio de se proteger (ou até beneficiar de protecção religiosa), para o Estado Nazi era a maior forma de reconhecimento do seu Governo além-fronteiras. Que melhor forma de mostrar a reputação inabalável de um Governo opressor do que o reconhecimento do “maior poder moral na Terra”?

Hoje em dia este acordo ainda está em vigor pois, embora tenha sido realizado numa situação excepcional, não deixa de ser uma lei que nunca foi anulada. Segundo a mesma, teria de ser por mútuo acordo, e não apenas por desejo do Tribunal Constitucional Federal da Alemanha. Então, quem falta desejar a sua anulação?...

Se isto fosse verdade…

Futebol - Abril de 1991

Abril de 1991. Numa bela tarde de domingo o Benfica bate o Porto por 2-0 no estádio das Antas e todo o país adere à celebração encarnada. Todo? Não! Nem todo, pois os heróis de tal feito vivem um dos piores momentos da sua carreira. A história do jogo todos a conhecem, e até o César Brito já está farto que lhe perguntem sobre os dois golos que marcou e deram a vitória no jogo e, consequentemente, no campeonato ao Benfica.

Tudo começou na chegada, por entre insultos e impropérios, da equipa do Benfica. Ao entrar no balneário os jogadores sentiram logo um forte cheiro a amoníaco que intoxicava quem lá entrasse. Obrigados a equiparem-se nos túneis do estádio, a pressão (normal) para quem joga no estádio do Porto já se fazia sentir. Mas mesmo assim os jogadores não viraram a cara à luta e venceram sem contestação o rival.

Após o jogo, e depois dos “tradicionais” empurrões e cuspidelas aos jogadores, por parte dos funcionários do estádio e do Porto, quando eles se dirigiam pelos túneis de acesso até ao balneário já mais arejado, os directores do Benfica (presidente João Santos, Jorge de Brito, Raul Fonseca, Ilídio Trindade, Alcino António e Fezas Vital) foram barrados de entrar nos túneis de acesso por um agente da PSP. Esta personagem (que para a história ficará conhecido como o Guarda Abel) barrou os directores do Benfica e, empunhando o cacetete, desancou-os à porrada. Após tão surpreendente acção, os dirigentes encarnados fugiram do local em direcção de uma ambulância que se encontrava perto e, após fecharem-se lá dentro da fúria portista, tiverem de apelar à boa vontade do grupo de socorro médico para transportá-los para fora do estádio, onde pudessem depois reunir com a comitiva benfiquista.

Os resultados desta encenação foram o peito inchado e orgulhoso dos adeptos portistas, a nuca inchada e dorida de Jorge de Brito e a reforma compulsiva (sem punição de qualquer espécie) do Guarda Abel, que seria logo de seguida contratado para guarda-costas pessoal do presidente do Porto, Pinto da Costa.

Se isto fosse verdade…