segunda-feira, 24 de março de 2008

América na mira

A grande vantagem dos E.U.A. ao longo do Século XX foi de estar localizado num continente à parte, e onde não sofre pressões de países vizinhos. Essa vantagem foi por demais evidente, com a excepção mais tarde da crise de mísseis de Cuba, pois não viu o seu território alvejado pelas bombas inimigas, nem o seu território ameaçado ao longo das duas Grandes Guerras Mundiais. Tirando uma pequena excepção…

No final da 2ª. Grande Guerra, o exército alemão dispunha de um míssil de longo alcance, o V2 que foi lançado contra a Inglaterra (cerca de 1 400) e contra a Bélgica (cerca de 1 500). Walter Donberger era o Oficial encarregue do projecto, e após a conclusão do mesmo, iniciou um novo, chamado Prüfstand XII (Base de Teste XII). Este novo projecto para a Kriegsmarine consistia em criar plataformas de lançamento de mísseis para serem rebocadas por submarinos até às bases militares costeiras na América. Em Junho de 1942 (duas equipas) e em Novembro de 1944 (uma equipa) foram desembarcados sabotadores nazis, que contudo não conseguiram realizar a tarefa planeada. Contudo, a ameaça das bases de mísseis era mais forte, sendo que o Almirante Karl Doenitz estava muito empenhado em mostrar as várias utilidades dos submarinos, nomeadamente para atacarem as muito activas instalações em Nova Iorque. Apenas uma, das três planeadas, dessas plataformas foi construída e testada, mas nunca utilizada em fogo real. No final da guerra, sem capacidade de construir engenhos explosivos, os planos nazis consistiam em lançarem mísseis carregados de contentores com lixo radioactivo das mal sucedidas experiências nucleares…

Mais tarde, após o final da Guerra, Wernher von Braun e Walter Riedel, os dois engenheiros nazis encarregues da pesquisa dos mísseis balísticos, foram levados para os E.U.A. para escaparem ao aprisionamento de que todos os seus colegas eram vítimas (como Ferdinand Porsche, o criador do Carocha) e começaram a trabalhar num grupo de investigação, que mais tarde veio a tornar-se na N.A.S.A….

Se isto fosse verdade…

quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma questão de dinheiro

Paulo Futre, o astro do futebol, estava descontente com a sua situação no Atlético de Madrid. Quando no início de 1993, Sousa Cintra, na altura presidente do Sporting, seu clube do coração, convidou-o para almoçar, o regresso ao futebol português parecia sorrir-lhe. Contudo, nem tudo foram rosas e, para além do pouco sucesso desportivo, levou também à ruína financeira do Benfica…

Sousa Cintra foi buscar o jogador ao Hotel, tendo habilmente avisado os jornalistas do encontro. A caminho do restaurante, Paulo Futre declara que “Saí do Sporting por dinheiro, regressarei com o coração.”. Passado pouco tempo, surge o Benfica em cena. Em apenas dois dias, o seu presidente Jorge de Brito adianta o dinheiro ao Atlético de Madrid, e um ordenado de 30 000 contos a Futre. Para o jogador, tratou-se apenas de uma negociação ganha pelos encarnados, e que sentia pena de não voltar a Alvalade. Sousa Cintra ficou fulo com o sucedido e prometeu vingança, vindo nesse final de época a roubar duas pérolas do Benfica no Verão Quente. Quanto ao Benfica, endividou-se em 600 000 contos, os necessários para convencer o Atlético, através de um adiantamento da venda das transmissões televisivas à RTP e da publicidade estática, no que era visto como um grande negócio para ambas as partes. Contudo, tal não foi a impressão do Primeiro-Ministro Cavaco Silva, que destituiu o Conselho de Administração da RTP, presidida por Monteiro de Lemos que fora Presidente do Conselho Fiscal do Benfica…

Marques Mendes, na altura Ministro-adjunto do Primeiro-Ministro, declarou que “O dinheiro não é tudo, as audiências não justificam tudo, a concorrência não é justificação para tudo.”. Apesar de tudo, Futre viria mesmo a jogar pelo Benfica, marcando um golo decisivo ao Sporting que afastou definitivamente os leões do título, e brilhou no final da Taça de Portugal ganha ao Boavista. Contudo, o Campeonato principal escapava-se para o Porto. Se por si só, a contratação de Futre não arruinou completamente os cofres do clube da Luz (que já apresentavam um passivo de 4 500 000 contos), a perda de Paulo Sousa, numa vingança do Sporting, fez voar uma receita esperada de 1 000 000 da venda do médio para Itália…

Se isto fosse verdade…

segunda-feira, 10 de março de 2008

Fidel Castro nas corridas

Fidel Castro é conhecido por todos como o Eterno Presidente de Cuba, após depor Fulgêncio Baptista, o homem de confiança dos E.U.A.. Juan Manuel Fangio é tido por muitos como o maior piloto de Fórmula 1 de sempre, tendo sido cinco vezes Campeão do Mundo em 1951, 54, 55, 56 e 57. Em 1958, os caminhos destes dois homens cruzaram-se, numa situação única…

Antes de se tornar El Comandante, e enquanto tentava tomar o poder pela força com o seu grupo M-26 (Movimento 26 de Julho), Fidel Castro planeou um esquema que atraísse os olhos do mundo à sua causa. Aproveitando a realização do Grande Prémio de Cuba, em Havana, organizou um grupo para raptar Fangio. Na entrada do Hotel Lincon, um homem alto de blusão de cabedal e pistola em punho dirigiu-se ao piloto e ordenou que ele o seguisse para um carro estacionado à porta. Logo de seguida fizeram chegar aos jornais do mundo que se o Presidente Baptista quisesse organizar uma corrida internacional, não poderia contar com o campeão em título. Fangio foi mantido em cativeiro durante 26 horas num luxuoso apartamento, a comer bifes com batatas, frango e arroz, e a dormir numa cama confortável. Os revolucionários até disponibilizaram-lhe um rádio para ele poder ouvir o relato da corrida, ao que ele declinou. A única preocupação de Fangio era de ser apanhado num tiroteio entre a polícia e os revoltosos, se o local onde se encontravam fosse descoberto. Faustino Perez, o braço direito de Castro, foi então visitar o prisioneiro e apresentou-lhe desculpas e explicou os motivos do rapto…

A corrida foi adiada quase duas horas enquanto a organização esperava que a polícia, que ia revirando todas as casas, encontrasse o astro Argentino, o que causava a apreensão dos cerca de 150 000 espectadores que esperavam o início da corrida. Teve de ser Maurice Trintignat a pilotar o Maserati designado para Fangio. Após o final da corrida, os revolucionários levaram Fangio até à Embaixada Argentina onde este se apresentou, e aos seus acompanhantes como “Estes são meus amigos, os sequestradores.”…

Se isto fosse verdade…